segunda-feira, junho 22, 2009

O ressabiado

Este homenzinho , se no pré 7 de Junho usava umas palas ( que ao invés de lhe impedirem a visão periférica, impediam-lhe mesmo a visão global ), agora que viu nos resultados eleitorais uma oportunidade que julgava perdida ( ... e não é só ele, pois é vê-los por aí, muitos, aos pulinhos e a dizerem " Tiaaaa ... 'tô aquiiiii ! ), já começa a chorrilhar disparates !

No editorial de hoje, o putativo Director do Jornal Público, ( ver aqui ) diz " a parágrafos tantos":

"[...] No exame de Português de 12º ano, para alunos que vão entrar no ensino superior, entendeu-se necessário colocar um apêndice com um "vocabulário", não fosse a rapaziada desconhecer o sentido de palavras como "ébano", "saciado", "temor", "carregadores", "fardos", "grilhetas", ou "sumiu-se". É de ficar estarrecido: recordo-me de, ainda na instrução primária, numa prova de ditado, me terem ensinado o significado de "cerro", que nunca mais esqueci. Estou a falar de instrução primária, que era obrigatória quando estudei. Mais: o vocabulário destinava-se a que os alunos pudessem interpretar uma passagem do conto de Sophia de Mello Breyner Andresen Os Três Reis do Oriente, uma obra que o site online da Bertrand recomenda para leitores de 6 a 10 anos... [...]"

Ora claro está que a esperteza saloia dele só vira para um lado ! É que ele não refere que o exame em causa é o de Portugues 12º ano - alunos com alunos com deficiência auditiva de grau severo ou profundo, cujos alunos destinatários impõem o uso de vocabulário específico. Inclusivé, a obra literária referida está devidamente enquadrada nos conteúdos programáticos da disciplina para aqueles alunos específicos.

Quase que lhe ficava melhor dizer: " Um deficiente auditivo profundo tem uma capacidade de apreensão de conhecimentos equivalente a uma criança dita normal com idade entre os 6 e os 10 anos ".

Ele no fundo é um gajo sortudo, porque apesar de ter tido o azar de perder uma boa oportunidade para estar calado, tem a felicidade de não ter um filho ou filha, no 12º ano, com deficiências auditivas profundas !!.

A estes Pais, que eu respeito enormemente, e tenho o privilégio de conhecer alguns pois a minha filha tem colegas integrados na turma dela que são portadores de deficiência auditiva profunda, a minha solidariedade.

VO